Menos de 1% dos alimentos tem concentração de agrotóxico prejudicial à saúde

Menos de 1% dos alimentos tem concentração de agrotóxico prejudicial à saúde noticia globorural

Pesquisa realizada pela Anvisa buscou por resíduos de 338 produtos, incluindo substâncias nunca autorizadas ou já banidas do Brasil

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nessa quarta-feira (11/12) os resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para) no ano de 2023. Foram analisadas 3.294 amostras de alimentos, coletadas em 76 municípios.

De acordo com a análise, apenas 22 amostras apresentaram potencial risco agudo ao consumidor de alimentos no curto prazo, cerca de 0,67% do total avaliado. Foram identificados resíduos em sete amostras de abacaxi e em seis de laranja.

Já para o risco crônico, que avalia o impacto potencial na saúde humana do consumo de determinado alimento por toda a vida, a Anvisa não encontrou nenhuma situação equivalente nas análises de 2023.

No documento, a Anvisa diz que “diante do exposto, pode-se inferir que, dentro das condições assumidas para a avaliação do risco, foi baixa a ocorrência de situações de exposição dietética a resíduos de agrotóxicos verificadas em concentrações que pudessem levar a efeitos adversos à saúde, do ponto de vista agudo”.

O relatório também traz dados sobre a conformidade com o Limite Máximo de Resíduos (LMR) estabelecido pela Anvisa. De acordo com a análise, 37% das amostras não continham qualquer resíduo de agrotóxico. Outras 36,9% tiveram resíduos detectados dentro dos limites legais. O restante das amostras (26,1%) tinham alguma não conformidade, quando há resíduos em quantidades acima do limite ou ainda a presença de um agrotóxico não autorizado para aquela cultura agrícola.

“Essa não conformidade é um sinal de erro no processo produtivo e na adoção de boas práticas agrícolas. As não conformidades são consideradas infrações sanitárias e podem representar risco principalmente à saúde dos agricultores, pela aplicação de agrotóxicos em desacordo ou na ausência das recomendações de uso autorizadas”, disse a Anvisa, em nota.

O programa avalia a presença de resíduos de agrotóxicos em alimentos e o seu potencial de risco para a saúde humana. As amostras são coletadas nas prateleiras dos supermercados de todas as regiões do país e analisadas em laboratórios especializados, que utilizam métodos científicos reconhecidos internacionalmente.

Na edição de 2023, foram analisados 14 alimentos, que representam 31% do consumo de alimentos de origem vegetal pela população brasileira: abacaxialfacealhoarrozbatata-doce, beterrabacenourachuchu, goiaba, laranjamanga, pimentão, tomate e uva.

Ao todo, as análises buscaram por resíduos de 338 diferentes agrotóxicos, incluindo produtos nunca autorizados ou substâncias já banidas no Brasil.

Para o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), os resultados das análises da Anvisa corroboram a “seriedade da indústria nacional de defensivos agrícolas, que cumpre as normas determinadas pelos órgãos competentes”, disse, em nota.

“A pesquisa reforça que a ampla maioria dos alimentos analisados está em conformidade com os limites de resíduos permitidos, demonstrando o compromisso da cadeia produtiva com práticas agrícolas seguras e o uso responsável de defensivos. O estudo também comprova que as práticas agrícolas no Brasil têm evoluído para atender não só às normas regulatórias, mas também às expectativas da sociedade em relação à sustentabilidade e responsabilidade ambiental”, apontou a entidade.

Sobre o risco agudo, encontrado em apenas 0,67% das amostras, o Sindiveg comparou o dado à probabilidade de ganhar um prêmio em uma loteria estadual, como uma “raspadinha” ou de um meteoro pequeno cair na Terra e ser encontrado por uma pessoa.

“Ou seja, não há motivos para alarme, pois os alimentos ofertados para a população brasileira são seguros”, afirmou.

Fonte: GloboRural

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